TEXTOS SELECIONADOS


TEXTOS SELECIONADOS PELA COMISSÃO ORGANIZADORA MUNICIPAL


POEMA


Título: "Meu Cantinho"






No lugar onde vivo, vejo o Sol nascer.


As flores crescem, ouço o galo cantar e


muita gente falar, é como uma lenda

mas moro na cidade e não em uma fazenda!



Sinto o cheiro da maniçoba, do tacacá
do pato no tucupi, do vatapá e
várias outras comidas gostosas
que só existem no Pará

Minha cidade é tão bela
que ninguém quer sair dela,
tem o Cristo Redentor... que é lindo!
Quem vem pra cá é recebido com a frase:
"Seja bem vindo"



Título: Apeú, Orgulho Castanhalense




Vila de Apeú, orgulho vivo!


Um lugar de riquezas,


Com sabores e diferentes amores.




Apeú, bairro modelo!

Que tem Estação de Trem,

Memorial de um povo hospitaleiro.

129 anos de homenagem,
Muitos trabalhos e mudanças.
Vila de grande orgulho,
Com progresso e futuro de esperança.

Apeú de igarapés e matas que encantam,
De gente artista que canta.
Com músicas e vários ritmos dançam,
Semente de um futuro que abrilhanta.



Apeú que arrasta multidão no carnaval,


Vem gente de toda parte para brincar.


Tem uma cultura rica e especial,


Em outubro essa multidão volta para rezar.



ARTIGO DE OPINIÃO


Título: A pirataria no lugar onde vivo 


A cidade de Castanhal, Estado do Pará, assim como a maioria das cidades brasileiras tem se tornado alvo de uma prática que causa posicionamentos diversos com relação a sua legalidade ou ilegalidade, a pirataria. De um lado, temos queles que se "beneficiam" com tal prática, os que compram e os que vendem os produtos pirateados; de outro, temos os que se consideram lesados, os donos dos produtos originais, o governo e a sociedade como um todo.
Mas será mesmo que a pirataria deve ser considerada uma prática criminosa? Será que apenas prender as pessoas que comercializam produtos pirateados e apreender esses produtos resolve a questão da pirataria? Não é preciso ir longe, aqui mesmo em Castanhal já presenciei, através de noticiários, vários casos de prisões e apreensões de pessoas que comercializam CDs e DVDs, mas que não se obteve bons resultados no sentido de impedir que esta prática continue sendo realizada, pois no dia seguinte tudo começa do mesmo jeito.
Os artistas sentem-se lesados por verem seus produtos, resultado de um trabalho de esforço e dedicação, como CDs e DVDs serem desvalorizados, falsificados e vendidos por um valor muito baixo. O governo, por sua vez, deixa de arrecadar os impostos que seria obtido na venda do produto original, e por último, a sociedade que deixa de receber os benefícios que seriam convertidos dos impostos arrecadados.
Porém, prender os "comerciantes" piratas e apreender seus produtos em nada resolverá a questão da pirataria na minha cidade e no restante do país, visto que a maioria da população é pobre e não tem condições financeiras de comprar os produtos originais que geralmente são muito caros, além do mais, muitas das pessoas que trabalham nesse ramo, a pirataria, acham a única alternativa para garantir o seu sustento e o da sua família.
É nesse sentido que defendo a ideia de que a pirataria não deve ser considerada uma prática criminosa, e sim, uma forma de sobrevivência numa sociedade desigual onde o governo não se esforça para investir verdadeiramente em educação e o que impera realmente é a corrupção e a sua impunidade.

Acredito que só poderemos considerar a pirataria como uma prática criminosa quando houver, por parte do governo, um investimento sério e comprometido em educação, de modo que cada cidadão tenha seu meio digno de sobrevivência e não mais possa depender de práticas consideradas "ilegais" para sobreviver, e também, quando o governo reduzir o valor dos impostos de modo que cada cidadão tenha condições de comprar e vender produtos originais com preços acessíveis a toda a população.

CRÔNICA


Título: Um jogo de sonhos 


Onde eu vivo, existem vários lugares como um campo de futebol que fica no centro da Agrovila de Boa Vista, na cidade de Castanhal; todas as tardes, vou até lá, a fim de jogar uma pelada, quando entro naquele imenso campo que parece ter começo, mas não ter mais fim, já encontro Lucas com sua bola colorida, de várias cores, pouco a pouco os outros vão chegando e logo cada um vai para seu lado do campo e finalmente começa mais uma tarde, onde eu vivo. Marcelo no gol parece um muro nada consegue passar por ele.
Numa jogada de efeito, iniciada por Lucas, o nosso meio de campo sai o primeiro gol, porém logo vem o empate e como num passe de mágica, eles conseguem virar o jogo. Então o jogo fica pegado com muitas faltas, uma bola cruzada poderia mudar o jogo, no entanto cabeciei na trave, cada chute levantava aquela folha verde de esperança do chão e pouco a pouco, o tempo foi passando e com o tempo todo aquele colorido da bola ficou parecendo preto e branco.
Não consegui entender! O nosso time jogava muito melhor desde o início, mas não conseguia balançar as redes do gol, o nervosismo tomou conta de todo o time nada parecia dar certo, parecia ser o fim;no entanto, no lado esquerdo num lance rápido, no último minuto, Antônio nosso volante sofreu uma falta, era o último lance, naquele momento eu peguei aquela bola tudo pareceu ficar colorido de novo, o gol me pareceu ficar pequeno,eu estava nervoso, trêmulo, então resolvi fechar os olhos e sem pensar em mais nada imaginar só eu e a bola, o empate tinha acabado de acontecer naquele fechar de olhos um gol para vingar quem mais sofreu naquele jogo, a bola.
Mesmo com um golaço e com o empate, eu não sabia se aquele final da pelada, naquela tarde com horas coloridas e horas em preto e branco tinha saído com gosto de vitória ou com gosto de derrota, mas naquele campo imenso e verde eu sabia que o melhor dali não fui eu nem os outros e sim aquela redonda bola colorida de sonhos.

MEMÓRIAS LITERÁRIAS


Título: O paraíso celeste castanhaleiro

 Castanhal, conhecida como "Cidade Modelo" em função de seu desenvolvimento na área da construção civil, já foi famosa por suas esplêndidas paisagens e enormes castanheiras que, juntas, a nomearam. Num cantinho dessa antiga cidade das castanhas, estava o meu Pedacinho do Céu que, há muito tempo, só existe em minha memória.

  É impossível esquecer a casinha de tábua, coberta por telhas de barro, na fazendinha no interior. Ainda me lembro das manhãs quando acordava cedinho ao som do canto do galo e da canção dos passarinhos só para admirar a névoa que cobria a densa floresta ao nosso redor e ver meu avô, com sua enxadinha nas costas, sair em direção à roça.



  Todos os dias, o som ecoante da famosa Maria Fumaça sobre seus trilhos exaustos alarmava anunciando mais uma aventura e sempre me fazia deixar solitário sobre a mesa o café da manhã. Era hora de ir à escola.


  No trajeto diário, o que mais me impressionava era a estradinha de pedra coberta de folhas secas que pareciam um tapete cobrindo o chão. Por aquela estrada, passava todos os dias. Mas, o que eu gostava mesmo nela, era de sentir o gosto fresquinho das frutas retiradas de mangueiras, goiabeiras e jambeiros que a cercavam. Ali, eu também podia admirar muitas castanheiras. Era fantástico experimentar toda aquela explosão de vida!


  Adorava observar os pastos, as plantações, os animais e o igarapezinho de águas claras. O som de suas pequenas correntezas formava uma orquestra que me fazia cantar. Nunca resisti a um belo mergulho -- mesmo chegando toda encharcada e, muitas vezes, atrasada à escola. Isso não me importava. Tudo o que eu queria era sentir a emoção de mergulhar numa aventura inexplicavelmente impressionante e sentir o vento em meu rosto molhado, o coração bater forte e aquele cheiro das águas límpidas e claras.

  Ao voltar sozinha da escola, de minha estrada, ainda distante de casa, podia ouvir o som do berrante do meu avô. Ele sempre dizia que aquela melodia era uma canção que divertia a natureza.

 Distraía-me muito no caminho e só chegava a tempo de sugerir para a família mais um almoço ao ar livre. Nesse momento, a alegria de todos era despertada e eu admirava meu avô retirando do meio da pequena cozinha a mesinha circular, arrastando-a para debaixo das árvores que ficavam à margem da estradinha de pedra. Eu também observava o jeito firme de minha avó carregar as delicadas porcelanas que guardava com todo carinho, pois foram passadas de geração a geração.

 Após o almoço, era hora do cochilo. Vovô atava sua rede debaixo das mangueiras à beira da estrada e eu, do outro lado, ouvia-o ressonar fortemente -- sinal de cansaço e esforço.
  A tarde se passava e o cheirinho do café da vovó anunciava as brincadeiras. Os primos e eu adorávamos brincar de pega-pega e de casinha lá na estradinha de pedra. Era uma farra quando íamos ao igarapé para tomar banho. Mas, quando isso não acontecia, as águas celestiais faziam a nossa alegria e as poças formadas por elas eram as nossas piscinas naturais.
 No final da tarde, acendíamos a fogueira no meio da estrada e, aconchegados pelo seu calor, conversávamos, cantávamos e admirávamos a floresta e o sol flamejante deslizando mata a dentro. Nunca cansei de ouvir as histórias misteriosas sobre a minha estradinha de pedra, nem as piadas divertidas de meu avô. Ele brincava dizendo que todo o nosso Pedacinho do Céu -- nome mais que perfeito para a fazendinha -- ainda seria uma das grandes maravilhas do mundo.
  A hora do descanso era anunciada pelo apagar da fogueira e o acender da lamparina. Nesse momento, eu via encurtarem-se diante de mim a estrada pedregulhada e mais um dia mágico.
  O tempo passou e hoje a fazendinha só existe em minha memória. Ainda me vêm lágrimas ao pensar que as máquinas, as motosserras e o gigantesco tapete negro-poluidor dominaram meu paraíso. Minha história foi encoberta e ficaram apenas marcas de um passado encantador que girava em torno da natureza e da sua conservação. O pouco que restou foi sendo engolido lentamente ferindo meus sentimentos e destruindo o maior emblema de minha história.
Texto baseado na vida de Maria Adriana do V. Araujo, mãe da autora (Alice Karen do Vale Araujo).

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